domingo, 27 de diciembre de 2015

O progressismo latino-americano busca sua bússola

Por Decio Machado 
http://jornalggn.com.br/ del Brasil

(Quito, Equador), Diretor da Fundação Alternativas Latino-Americanas de Desenvolvimento Humano e Estudos Antropológicos, no Diagonal, de Madri.
Tradução de Ricardo Cavalcanti-Schiel
Rios de tinta correm por toda parte no debate político em moda na América Latina: o chamado “fim de ciclo progressista”. Para além das diferentes opiniões vertidas a respeito, existe um denominador comum em entender que o que aconteceu na Argentina e na Venezuela extravasa o âmbito nacional e tem implicações para toda a região. Isso marca uma diferença substancial entre o processo político latino-americano e o que acontece no resto do planeta.
Como consequência, a mudança de governo na Argentina e a avassaladora derrota sofrida pelo chavismo nas eleições legislativas na Venezuela fizeram com que o progressismo latino-americano passasse a viver momentos de certa desorientação política. Todos os mandatários progressistas do continente, apesar das diferenças existentes entre eles, manifestaram preocupação e tristeza com esses resultados eleitorais, quando não, em alguns casos, até certa cólera.
Em todo o caso, o progressismo regional parece ter conformado um discurso comum para explicar a atual conjuntura. Basicamente, tudo se resumiria ao fato de que assistimos a uma forte ofensiva imperialista, que, por meio de vários e poderosos mecanismos ― apoio econômico a partidos conservadores e ONGs cooptadas, cumplicidade com os meios de comunicação nacionais e internacionais, pressão diplomática estrangeira e ingerência em assuntos internos através de estruturas internacionais como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos ― tem por objetivo a restauração conservadora no subcontinente. Em resumo, as oligarquias nacionais, com forte apoio externo, buscariam “voltar ao passado”, com a finalidade de anular os avanços sociais conquistados durante o ciclo progressista. Para alcançar seus objetivos, ela teria articulado uma estratégia de desgaste contra os governos “populares” baseada em atacar os seus flancos mais frágeis: insegurança urbana, corrupção, inflação e, em alguns casos, a escassez de produtos no mercado.
No interior do progressismo, certos setores elevam em alguns graus a complexidade da análise. Entendem que, diante da estratégia do “golpe suave” da direita, seria preciso um esforço para identificar as demandas das novas classes médias latino-americanas, e, com certo tom de censura, sugerem que elas não deveriam nunca esquecer que nasceram no calor desses processos.
No entanto, e sem menosprezar as considerações anteriores, a reflexão mais autocrítica e interessante no seio do progressismo provem de um setor ainda francamente minoritário, carente de forma orgânica, que começa a se colocar perguntas que vão além da autoafirmação: será que a propaganda desproporcionada emitida pelos aparelhos governamentais, em lugar de produzir um apego aos dirigentes e a verdades sagradas, não teria começado a saturar e incomodar amplos setores sociais? será que as pessoas não teriam começado a questionar o fato de que toda opinião crítica tivesse que ser qualificada como antidemocrática, golpista e vinculada a interesses estrangeiros? será que a cidadania já não vem há algum tempo reconhecendo que nem toda oposição política é fascista per se, e que as dissidências de esquerda que paulatinamente foram abandonando esses governos não são necessariamente traidoras da revolução? será também que cada vez mais setores sociais não teriam começado a questionar a incapacidade de diálogo e consenso que na verdade se esconde por trás de argumentos como esse de que “quem não está de acordo com o regime que trate de montar um partido e que nos ganhe nas próximas eleições”?
Cenários para o futuro
A década dourada da América Latina (2003-2013), auspiciada pelo boom dos preços das matérias-primas, já é historia. Fica para trás o período no qual a média de crescimento da região era superior a 4%, permitindo que 50 milhões de pessoas saíssem da pobreza e que a classe média crescesse até alcançar mais de 1/3 da população. Foi lindo enquanto durou, mas agora os governos latino-americanos se veem obrigados a tocar suas gestões sem os enormes excedentes que antes desfrutavam. Em poucas palavras, a festa acabou.
Aqui cabe uma reflexão. Se bem que é certo que os governos progressistas implementaram uma bateria de políticas públicas destinadas aos setores mais pobres, também é certo que a força de penetração e obtenção de ganhos do grande capital não se viu afetada durante esse período, apesar da implementação de medidas regulatórias e da cobrança de impostos. Ou seja, melhoraram as condições em que vivem os setores populares sem se confrontar o poder econômico e sua matriz de acumulação.
E aqui chega o drama. Num momento em que o progressismo começa a mostrar certo nível de esgotamento e desgaste político, ninguém sabe o que fazer para atualizar seu projeto, no contexto de uma conjuntura economicamente adversa. Se o êxito do progressismo se baseou na democratização do acesso ao consumo, numa gestão mais eficaz do erário público e na implementação de políticas sociais, são precisamente nesses âmbitos onde mais se começa a sentir o impacto dos atuais cortes orçamentários e a deterioração da capacidade aquisitiva.
Deixo agora a atual pergunta sem resposta que o progressismo latino-americano se faz: Como voltar a seduzir as maiorias sociais com um projeto político que, sem transformar consciências, assentou seu êxito em um festim consumista que agora entra em crise e deixa como resultado níveis preocupantes de endividamento familiar entre os setores mais pobres?
Fim de ciclo?
O tão polemizado fim de ciclo progressista não tem por que carregar com ele a queda de todos os governos progressistas da região. De fato, é difícil imaginar que isso vá acontecer. A mudança de ciclo ou sua continuidade estará determinada pelo tipo de políticas que esses governos implementem nessa nova etapa, o que definirá sobre as costas de quem recairá o peso da crise.
Nesse sentido, cabe indicar que o que se está vendo até agora não é muito alentador. Quando já começam a aparecer indicadores que refletem quedas no nível de emprego, deterioração nas condições laborais de mulheres e jovens, além de indícios de que a informalidade está voltando a crescer por meio da geração de empregos mais precários, a opção tomada pelo progressismo regional ― incluídos os governos considerados mais transformadores ― parece estar sendo a de implementar alianças público-privadas que busquem aliviar a carga fiscal e o setor privado, com o objetivo presumido de fomentar o investimento.
Uma vez mais, tudo parece indicar que a balança voltou a se inclinar para o lado errado. Não será sobre os que mais ganharam durante a bonança que recairá agora o peso da crise…

martes, 22 de diciembre de 2015

Progresismo latinoamericano en busca de su brújula

Por Decio Machado
www.diagonalperiodico.net

Ríos de tinta corren por doquier en el debate político de moda en América Latina: el llamado “fin del ciclo progresista”. Más allá de las diferentes opiniones vertidas al respecto, existe un denominador común en entender que lo sucedido en Argentina y Venezuela desborda el ámbito nacional y tiene implicaciones para toda la región. Esto marca una diferencia sustancial entre el proceso político latinoamericano y lo que sucede en el resto del planeta.

Consecuencia de lo anterior, el cambio de gobierno en Argentina y la avasalladora derrota sufrida por el chavismo en las legislativas de Venezuela han conllevado a que el progresismo latinoamericano viva momentos de cierta desorientación política. Todos los mandatarios progresistas del continente, a pesar de las diferencias existentes entre ellos, han manifestado preocupación y tristeza por estos resultados electorales, e incluso en algunos casos hasta cierto enojo.

En todo caso, el progresismo regional ha conformado un discurso común para explicar la actual coyuntura. Básicamente la cosa se resumen que asistimos a una fuerte ofensiva imperialista que mediante variados y poderosos mecanismos (apoyo económico a partidos conservadores y ongs cooptadas, complicidad con los medios de comunicación nacionales e internaciones, presión diplomática extranjera e injerencia en asuntos internos a través de estructuras internacionales como la Comisión Interamericana de Derechos Humanos) tiene como objetivo la restauración conservadora en el subcontinente. En resumen, las oligarquías nacionales, con fuerte apoyo del exterior, buscan “volver al pasado” con el fin de impugnar los avances sociales conseguidos durante el ciclo progresista. Para lograr sus objetivos, se articuló una estrategia de desgaste contra los gobiernos “populares” basada en atacar sus flancos más débiles: inseguridad ciudadana, corrupción, inflación y en determinados casos la carencias de productos en el mercado.

Al interior del progresismo algunos sectores elevan unos grados más la complejidad de sus análisis. Entienden que ante la estrategia de “golpe blando” de la derecha se debe hacer un esfuerzo por identificar las demandas de las nuevas clases medias latinoamericanas, aunque con cierto tono de reproche indican que estas no deberían nunca olvidar que nacieron al calor de estos procesos.

Sin embargo y sin desestimar las consideraciones anteriores, la reflexión más autocrítica e interesante al interior del progresismo deviene de un sector aún muy minoritario, carente de forma orgánica, que comienza a plantearse preguntas que van más allá de la autoafirmación: ¿será que la desproporcionada propaganda emitida desde los aparatos gubernamentales, aunque enamoraba a dirigentes e incondicionales, comenzó a saturar y molestar a amplios sectores de la sociedad? ¿será que la gente empezó a cuestionar el hecho de que toda opinión crítica sea calificada como antidemocrática, golpista y vinculada a intereses extranjeros? ¿será que la ciudadanía desde hace algún tiempo viene interpretando que no toda la oposición política es fascista per se y que las disidencias de izquierda que paulatinamente fueron abandonando estos gobiernos no son necesariamente traidores a la revolución? ¿será también que cada vez más sectores sociales comenzaron a cuestionar la incapacidad de dialogo y consenso que se esconde tras argumentos como ese de que quien no esté de acuerdo con el régimen que monte un partido y nos gane en las próximas elecciones?

Escenarios a futuro

La década dorada (2003-2013) de América Latina, auspiciada por el boom de los precios de las materias primas, ya es historia. Queda atrás el período en el que la tasa promedio de crecimiento de la región ha sido superior al 4%, permitiendo que 50 millones de personas salieran de la pobreza y que la clase media haya crecido hasta alcanzar algo más de un tercio de la población. Fue hermoso mientras duró, pero los gobiernos latinoamericanos se ven ahora obligados a afrontar su gestión sin los enormes excedentes de los que antes disfrutaron. En pocas palabras, la fiesta se terminó.

Aquí cabe una reflexión. Si bien es cierto que los gobiernos progresistas han implementado una batería de políticas públicas destinadas a los sectores más pobres, también lo es que la fuerza de penetración y obtención de ganancias del gran capital no se ha visto mermada durante este período, pese a la implementación de medidas regulatorias y la recaudación de impuestos. Es decir, se mejoraron las condiciones en que viven los sectores populares sin confrontar al poder económico y su matriz de acumulación.

Y aquí llega el drama. En un momento en que el progresismo comienza a mostrar cierto nivel de agotamiento y desgaste político, nadie sabe que hacer para reactualizar el proyecto en el marco de una coyuntura económicamente adversa. Si éxito del progresismo se ha basado en la democratización del acceso al consumo, una gestión más eficaz del erario público y la implementación de políticas sociales, son precisamente en estos ámbitos donde más se comienza a sentir el impacto de los actuales recortes presupuestarios y el deterioro de la capacidad adquisitiva.

Y ahora dejo la actual pregunta sin respuesta que se hace el progresismo latinoamericano. ¿Cómo volver a seducir a las mayorías sociales con un proyecto político que, sin transformar consciencias, basó su éxito en un festín consumista que ahora entra en crisis y deja como resultado niveles preocupantes de endeudamiento familiar entre los sectores más pobres?

¿Fin de ciclo?

El tan polemizado fin de ciclo progresista no tiene porqué conllevar la caída de todos los gobiernos progresistas en la región. De hecho, es difícil pensar que eso se vaya a dar. El cambio de ciclo o su continuidad viene determinado por el tipo de políticas que estos gobiernos vayan implementado en esta nueva etapa, lo que definirá sobre cuales espaldas recaerá el peso de la crisis.

En este sentido, cabe indicar que lo que se está viendo hasta ahora no es muy alentador. Cuando ya comienzan a aparecer indicadores que reflejan caídas en el nivel de empleo, deterioro en la situación laboral de las mujeres y los jóvenes, e indicios de que podría estar volviendo a subir la informalidad a través de una mayor generación de empleos de menor calidad, la opción determinada por el progresismo regional –incluidos los gobiernos considerados más transformadores- esta siendo la implementación de alianzas público privadas que buscan aligerar de cargas fiscales al sector privado con el supuesto objetivo de fomentar la inversión.


Una vez más, todo parece indicar que la balanza se volvió a inclinar hacia el lado equivocado. No están siendo quienes más ganaron durante el periodo de bonanza, sobre los que ahora recae el peso la crisis…

Decio Machado: "No hay ricos en las cárceles del Ecuador"

Decio Machado
Entrevista a Decio Machado, experto en comunicación, consultor político y ex asesor del gobierno de Rafael Correa.

Por Javier Llumiquinga (Universidad Central del Ecuador)

   ¿El proyecto de Alianza País, puede ser interpretado como un proyecto autoritario desde sus inicios?

Alianza PAIS no fue el fruto de un debate entre las organizaciones de la izquierda política y social sobre el qué hacer en el futuro político inmediato en Ecuador. Tampoco fue consecuencia de que estas organizaciones generasen un espacio de apoyo mutuo y confianza en común debido a un tipo de intervención política que les aunase en el mismo frente de lucha.

La fusión de organizaciones que originariamente generaron Alianza PAIS fue motivada por la candidatura presidencial de Rafael Correa. Es decir, las organizaciones y personalidades implicadas vieron la posibilidad salir de su ostracismo político a través de la figura de un personaje que a pesar de su escaso historial de compromiso social y político, tenía un buen posicionamiento mediático fruto de cómo fue su salida del gobierno de Alfredo Palacio.

Esta situación genera dependencias políticas inmediatas respecto al líder, lo que evidentemente derivó en el tipo de modelo organizativo del que se ha dotado Alianza PAIS y las lógicas de mando que hoy vemos en toda su dimensión dentro del partido de gobierno.

Respecto a la gestión presidencial, desde el primer momento es fácil detectar las lógicas autoritarias que derivan del estilo de mando correísta. Por poner tan solo un ejemplo, durante el proceso constituyente el Presidente de la República amenazó públicamente con no firmar la Constitución del Ecuador si esta incorporaba el matrimonio entre iguales en sexo o temas vinculados al aborto. Es decir, se supeditó el debate político en la constituyente a los deseos del mandatario. Con posterioridad, esta lógica se volvería habitual.

La democracia interna en Alianza PAIS no existe, sus cuatro convenciones nacionales han carecido de documentos alternativos de debate, corrientes, tendencias y discusión interna. Es el presidente del partido –quien a su vez es el presidente de la República- quien da el visto bueno a las listas de candidatos a dignidades, imponiendo sus nombres y descalificando a otros con independencia de que pudieran haber sido elegidos por los militantes. Esta condición genera sumisión en una organización político de marcado perfil arribista.

La conclusión entonces es clara. Visto ya con perspectiva, el proyecto correísta fue desde su inicio un proyecto político con pronunciada tendencia autoritaria en múltiples de sus facetas. Pero además, dicha tendencia ha ido teniendo una evolución cada vez más negativa en función de que el proyecto correísta se ha ido asentanto en el poder.

¿Existó un viraje a la derecha del proyecto original de Alianza Pais el el proyecto desde sus inicios se consituyó como uno de naturleza conservadora?

Ahora, pasado un tiempo prudencial desde sus orígenes, muchos hemos llegado a la conclusión de que el proyecto nació y se desarrolló para reestablecer la legitimidad del modelo de desarrollo capitalista tras la crisis de legitimidad que vivió el neoliberalismo en el Ecuador. Para ello se utilizaron a las organizaciones sociales y políticas de la izquierda ecuatoriana que se dejaron embelezar por la “erótica del poder”, al mismo tiempo que a una serie de profesionales y académicos reconocidos internacionalmente como gentes implicadas con las izquierdas que fueron incapaces de diagnosticar adecuadamente en que se estaban metiendo.

En su primera etapa el proyecto político necesitaba credibilidad, estratégicamente debía aparecer como un punto de inflexión respecto al pasado reciente del Ecuador. Es por ello que en su primera fase aparecen medidas políticas innovadoras: aprobación de una Constitución de perfil avanzada, incautaciones de bienes a familias banqueras prófugas de la justicia, comisión de investigación sobre la deuda externa, la comisión de la verdad o la iniciativa Yasuní-ITT entre otras cuestiones.

Es así como el presidente Rafael Correa construyó su imagen nacional, e incluso internacional, como un referente alternativo a la ideología globalmente dominante. Desde mi punto de vista, fue una operación estratégica de marketing político, pues en la actualidad se evidencia que el correísmo no es más que la expresión política del proceso de modernización del capitalismo ecuatoriano que tuvo su origen tras la crisis bancaria de 1999 – 2000.

A partir del segundo trimestre del 2009 se entra en una nueva fase, donde praxis y discurso comienzan a distanciarse de manera aceleradamente agudiza.

Hoy, ya sin pudor, Correa entrega la mitad de las reservas nacionales de oro a Goldman Sachs, el mayor pirata de Wall Street; y comienza a aplicar las repetitivas recomendaciones que devienen de las instituciones de Bretton Woods, las cuales se sintetizan en eliminación de subsidios y recorte del gasto público, combinado con procesos de privatización como el de las gasolineras de Petroecuador.

¿Es pertinente la teoría de Carl Schmitt para analizar el proyecto político de Alianza Pais?

El populismo de tercera generación en América Latina, eso que se ha venido en llamar neopopulismo y que encuentra en Ernesto Laclau a su gran teórico legitimador, reactualizó el pensamiento de Schimitt. De hecho, la politóloga belga Chantal Mouffe, en su libro “En torno a lo político” hace una relectura de este jurista alemán asociado al nazismo. En dicha obra, Mouffe viene a indicar que todo “consenso se basa en actos de exclusión”, motivo por el cual la democracia debe partir de visibilizar las diferencias y no ocultarlas.

Carl Schmitt mantuvo la tesis de que para homogeneizar al grupo y diferenciarlo del contrario se debe desarrollar la dialéctica del “nosotros-ellos”, es decir, la diferenciación específicamente política es la diferenciación entre el amigo y el enemigo. Esa es la base teórica del neopopulismo, es decir, la construcción de un discurso anti-élite ideológicamente dúctil y adaptable a la coyuntura, que apoyado en las tensiones generadas por las contrahegemonías, produzca una brecha en el sistema de representación dentro del bloque hegemónico que se concretice en la identificación de un significante vacio. Ese significante vacio tomará contenido posterior a través de un nombre, el del líder carismático que presente como voz y expresión del sentir popular de su pueblo.

En concreto, el pensamiento de Schmitt tiene actualidad no solo en el neopopulismo ecuatoriano, lo tiene también en Venezuela, en la Argentina de los Kirchner y en Bolivia.

¿Qué tipo de Estado se creó en la Asamblea Nacional Constituyente del 2008 y cual es su papel en el proyecto de Alianza Pais?

El proceso constituyente estuvo lleno de tensiones y de injerencias desde el Ejecutivo sobre el Legislativo.  La tensión se evidenció en la segunda mitad de junio de 2008 con la salida de Alberto Acosta de la presidencia de la Asamblea Constituyente y la liquidación posterior del proceso teledirigida desde el despacho presidencial de Carondelet.

Desde mi punto de vista, la Constitución del Ecuador está llena de errores, pero estos no son los que se reforman en la actualidad, sino los que se plasman en dos criterios básicos: a) la falta de valentía para romper con las lógicas hiperpresidencialistas que venían heredadas de la historía ecuatoriana y latinoamericana en general; y, b) la incapacidad de comprender que no puede haber un Estado plurinacional con el sistema de representación de matriz colonial con el que se dotó al país y no que significaba más que la continuidad del modelo clientelar que hoy vivimos.

No se creó ningún Estado diferente tras la Constitución de Montecristi. En todo caso existió el intento de articular un modelo de perfil garantista cuya práctica política institucional ha ido paulatinamente asesinando con el pasó de los años.

Respecto a cual es rol de la Constitución en el proyecto de Alianza PAIS, debo confesarte en primer lugar que considero que Alianza PAIS carece de proyecto, pues no es más que una herramienta diseñada para la transición/modernización del sistema capitalista ecuatoriano. Algo que hay hoy, pero que mañana –posiblemente ya sin su líder en poder- ya no habrá… En este sentido, la Constitución fue algo necesario para subvertir la matriz neoliberal de la Constitución de 1998, pero no sostenta las bases de lo que vendrá después. Es por ello por lo que asistimos en la actualidad a sus permanentes reformas.

¿Cuál ha sido la evolución del enemigo político de Alianza Pais desde la llamada “partidocracia” hasta la “izquierda infantil?

La retórica anti-élite a la que hacíamos referencia con anterioridad, posicionó un discurso político antagonista respecto a la élite oligárquica, el poder del capital nacional y transnacional, así como respecto a la bancocracia.

Esos eran los enemigos del entonces aun no presidente Rafael Correa en la campaña electoral del 2006. Todo ello se sintetizaba en la crítica a un modelo institucional deslegitimado por una corrupta e inepta partidocracia, a la que la dialéctica correísta hizo añicos.

Al poco de llegar al poder, el presidente Correa transformó esta lógica de conflicto. Las movilizaciones que comenzaron a surgir en 2008, segundo año de gobierno, contra el entonces proyecto de Ley de Minería fue el punto de arranque. Según el mandatario, el principal enemigo del régimen pasaron a ser los indígenas, la izquierda infantil y los ambientalistas.

¿El enemigo político del régimen ha cambiado en el transcurso del gobierno de Alianza Pais?

Cómo indique en la pregunta anterior, efectivamente el régimen desplazó a su enemigo político desde la derecha (en el año 2006) hacia la izquierda (a partir del 2008). La consecuencia de este desplazamiento se evidencia en quienes son las víctimas del aparato represivo del Estado. Hoy, basta hacer un recorrido sobre a quienes ha afectado el modelo represivo desarrollado por el gobierno correísta, para ver que no hay banqueros ni empresarios corruptos en las cárceles, pero si múltiples expedientes abiertos a mujeres abortistas, líderes comunitarios y dirigentes indígenas.

No hay ricos en las cárceles del Ecuador.

Dentro de la influencia de Rafael Correa en torno a la Asamblea Nacional Constituyente y la separación de Alberta Acosta del proyecto político. ¿Se enfrentaron un proceso deliberativo contra uno de carácter decisionista?

El proceso constituyente fue la primera y última batalla mínimamente organizada que dio la izquierda involucrada en el proyecto correísta. En efecto, Alberto Acosta representó un modelo de construcción participativo y deliberativo que se vio cercionado por el Ejecutivo correísta.

La incapacidad de Acosta para viabilizar su modelo de elaboración de Constitución hasta el final del proceso demuestra las debilidades que desde el primer momento los sectores de izquierda tenían al interior del régimen. En el fondo, estos sectores pintaron muy poco por no decir nada en la toma de deciones que se han ido dando en estos casi nueve años de gobierno.

El conflicto Correa vs Acosta durante el proceso constituyente demuestra a su vez, el análisis tan infantil que las izquierdas involucradas en el proyecto correísta tenían sobre el entorno político en el que estaban involucradas. Alberto Acosta prolongó el proceso constituyente dando espacios a un amplio abanico de sensibilidades sociales pensando que sus esfuerzos estaban dirigidos a la creación de un paraguas normativo que construiría un nuevo país. Por su parte, Correa y el poder de su entorno siempre tuvo claro que aquel modelo de Constitución sería más trempano que tarde reformado, y por lo tanto, había que ponerle fin a este proceso sin más retrasos.

Cuando Correa habla hoy de las novelerías de la Constitución y define a Acosta como un niño de más de sesenta años, lo que en el fondo está indicando es que todos los que apostamos por una transformación radical del país a través del proceso constituyente éramos unos ingenuos.

8.            ¿Qué significaron las protestas de Dayuma del 2007 en el proyecto político de Alianza País?

Dayuma fue el primer episodio de un modelo de gestión de conflictos que se ha ido imponiendo en el tiempo y que se basa en la militarización del territorio, criminalización y represión de la protesta social. Para los militantes de Alianza PAIS, Dayuma significó silenciosamente la vergonzosa aceptación de los tintes autoritarios que acompañan y caracterizan  el correísmo.

9.        ¿Cómo es el proceso de construcción del soberano en el proceso de la Asamblea Nacional Constituyente del 2008 y que tipo de poder soberano surgió del mismo?

Lo que la Constitución hace es establecer un marco general del deber ser, es decir, una hoja de ruta que debe desarrollarse en marcos normativos de rango inferior. 

No es la Constitución la que construye el poder soberano, es la aplicación de las normas derivadas de la carta magna las que transforman en realidad los enunciados de la carta magna.

En el caso ecuatoriano, el desencuentro entre lo que emana del espíritu constitucional y la articulación de la legislación que deviene de esta es más que notable. Esto se evidencia de forma agudizada en todo lo que tiene que ver con democracia radical, control social y participación ciudadana. No hay poder soberano si no se posibilita su desarrollo, y eso es lo que ha sucedido en el Ecuador en los últimos seis años.